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sexta-feira, 27 de março de 2009

Jogadores de todos os tempos - Fernando

Apelido: Fernando
Nome: Fernando Henrique Mariano
Inscrição na CBF: 98287
Posição: Volante
Nascimento: 03/04/1967, Uberlândia-MG
Clubes como jogador: E.C. Santo André (2005 e desde 05/2007), Uberlândia-MG (1986-1990), Mogi Mirim-SP (1990-1993 e 1994), Portuguesa-SP (1993), Guarani-SP (1994-1996), Internacional-RS (1996/1997), Avispa Fukuoka-JPN (1998-1999), Palmeiras-SP (2000-2002), Botafogo-RJ (2003-2004), Marília-SP (2005/2007).
Títulos como jogador: Campeão da Copa Mercosul 1996, Campeão Gaúcho 1997 (Internacional-RS), Campeão do Torneio Rio-São Paulo 2000, Campeão da Copa dos Campeões 2000 (Palmeiras-SP); Campeão Paulista Série A-2 2008 (Santo André)
Curiosidades:


'Oposto' de Romário, Fernando mira aposentadoria

Volante de 40 anos, com passagens por Palmeiras, Inter e Botafogo, se diz prejudicado pela velocidade do futebol e pensa em parar de jogar.

Gustavo Franceschini e Arnaldo Gonçalves, especial para o Pelé.Net

SÃO PAULO - O contraste entre as fases é a síntese da comparação entre o atacante Romário e o volante Fernando. Ambos são veteranos - o capitão do Vasco tem 41 anos e o meio-campista do Santo André tem 40 -, mas representam estilos totalmente antagônicos. Enquanto o Baixinho teve uma temporada marcada pelo "milésimo" gol e ainda encontra espaço para atuar a despeito das limitações de preparo físico, o ex-jogador de Palmeiras, Internacional e Botafogo vê nos problemas de condicionamento um sinal para a aposentadoria.




"Eu estou com o pensamento de parar no fim do ano e encerrar minha carreira. Desde que comecei, digo que hoje o futebol é bem mais velocidade do que propriamente a técnica. Com certeza ficou mais difícil. A parte física tem uma porcentagem [de importância] muito maior do que tempos atrás", disse Fernando em entrevista exclusiva ao Pelé.Net.

A perspectiva de aposentadoria tem a ver com a dificuldade que Fernando sente ao atuar. Na comparação com Romário, o volante se vê como uma antítese do atacante devido à necessidade de aprimoramento físico a que cada um é submetido nas partidas.

"São posições diferentes. Eu jogo em uma posição muito mais de marcação, e ainda são situações antagônicas as que vivemos. Em tudo, e em termos físicos também. Ele é atacante e eu jogo atrás, marcando", avaliou o meio-campista, que ainda enalteceu o desempenho do camisa 11 do Vasco: "Há muitos atacantes com a metade da idade do Romário que não fizeram os gols que ele fez neste ano".

Revelado pelo Uberlândia-MG em 1986, Fernando passou por fases diferentes do futebol em mais de 20 anos de carreira. Segundo ele, antigamente os jogadores eram mais técnicos.

Foi nesse início de trajetória, ainda na década de 1980, que Fernando enfrentou aquele que considera até hoje o adversário mais complicado. O meia Sócrates, ex-Corinthians e seleção brasileira, em uma partida da terceira divisão nacional.


FICHA DO JOGADOR
Fernando Henrique Mariano
Idade: 40 anos
Data: 03/04/1967
Local: Uberaba (MG)
Altura: 1,70 m
Peso: 74 kg
Posição: volante
Clubes: Internacional/RS, Juventude/RS, Guarani/SP, Portuguesa/SP, Avispa Fukuoka/Japão, Mogi Mirim/SP, Palmeiras, Marilia. Jogou no Santo André em 2005 e retornou em maio/07.
"Eu já tive a oportunidade de marcar o Sócrates quando ele estava encerrando a carreira no Botafogo de Ribeirão Preto e eu estava no Uberlândia-MG. Foi um jogador que eu vi atuar na Copa do Mundo de 1982, sempre admirei e, de repente, estava atuando contra ele. Fiquei maravilhado por tê-lo marcado. Já não era o mesmo jogador do auge, mas mesmo assim era diferenciado. Ele pensava antes e, quando a bola chegava, já sabia o que fazer com ela", revelou o volante.

O melhor momento de Fernando como jogador, porém, aconteceria já depois dos 30 anos de idade. Em 2001, aos 34, titular do meio-campo do Palmeiras, o volante protagonizou o lance decisivo de uma semifinal de Copa Libertadores contra o Boca Juniors. Na Bombonera, na partida de ida, sofreu pênalti não marcado pelo árbitro paraguaio Ubaldo Aquino e ainda foi expulso por simulação. A jogada até hoje é citada por muitos torcedores.

"Todo mundo lembra isso mesmo, é verdade. São muitos torcedores, aqui mesmo em Santo André, que me encontram nas ruas, no shopping, e a primeira coisa que eles falam é desse lance. Realmente ele marcou minha carreira", concluiu o volante, que aborda assuntos nesta entrevista como a despedida do Palmeiras, a passagem pelo Botafogo e sua relação com o atual treinador do Santo André, Sérgio Soares, que também tem 40 anos.

Pelé.Net - A um jogador de 40 anos, a pergunta é praticamente inevitável: Já faz planos para encerrar a carreira?
Fernando - 
Olha, eu estou com o pensamento de parar no fim do ano e encerrar minha carreira, mas ainda tenho que esperar as coisas acontecerem para definir melhor. Não fico pensando muito na frente, deixo as coisas acontecerem primeiro. Sei que está chegando a hora, ninguém vai ser eterno. Estou aproveitando o momento, jogando no Santo André nesta Série B, e tenho certeza que se o time conseguir subir será um ótimo desfecho para minha carreira.

Pelé.Net - Mas você já falou essa frase "estou pensando em parar no fim do ano" em outros anos?
Fernando -
 Não, não. Na verdade o atleta, enquanto está sendo útil e vai tendo convites para jogar, prolonga a carreira. Mas chega uma hora em que tem de parar. Isso acontece em qualquer outra profissão. Se você trabalha em uma empresa, enquanto você está sendo útil a ela, segue trabalhando, e no futebol não é diferente. Está chegando a hora, eu sei, mas ainda sou útil ao time.

Pelé.Net - Essa transição é um momento difícil na carreira de um jogador de futebol?
Fernando -
 Eu acho que é um período difícil a partir do momento em que o atleta tenta continuar mesmo sem chances. Não quero ser como outros jogadores que pararam por não haver mais clubes interessados neles. Não quero que aconteça isso comigo.

Pelé.Net - O Romário, um ano mais velho que você, já afirmou diversas vezes que continua jogando porque o nível do futebol brasileiro está baixo e ele tem condições de seguir atuando mesmo com a idade que tem. Acredita que ocorre o mesmo com você?
Fernando -
 São posições diferentes. Eu jogo em uma posição muito mais de marcação, e ainda são situações antagônicas as que vivemos. Ele é atacante e eu jogo atrás, marcando. Há muitos atacantes com a metade da idade do Romário que não fizeram os gols que ele fez neste ano. Então, se ele se sente à vontade para falar isso ele tem todo o mérito.

Pelé.Net - Sua carreira começou em 1986 e você atuou em distintos períodos do futebol brasileiro. Quais as diferenças que vê entre o futebol praticado atualmente e em outras ocasiões?
Fernando -
 Para falar a verdade, desde que comecei, digo que hoje o futebol é bem mais velocidade do que propriamente a técnica. Eu tive a oportunidade de marcar vários jogadores que já pararam. E era muito diferente, havia mais toque de bola, mais inteligência, e hoje é velocidade pura. Nem existe mais a posição de meia-armador. Hoje são todos meias-atacantes, que jogam muito mais em velocidade.

Pelé.Net - E para um jogador de marcação, ficou mais fácil ou mais difícil atuar com essas mudanças?
Fernando -
 Com certeza ficou mais difícil. A parte física hoje tem uma porcentagem muito maior do que tempos atrás. Eu ainda tenho a facilidade da genética, acredito. Não tenho nem explicação da minha parte, mas sempre fui muito veloz e por isso estou jogando ainda.

Pelé.Net - Você comentou sobre atletas que já marcou. Lembra de alguns que ficaram na memória?
Fernando -
 Eu tive já a oportunidade de marcar o Sócrates, quando ele estava encerrando a carreira no Botafogo de Ribeirão Preto e eu estava no Uberlândia-MG. Eu o marquei em um jogo da Série C, que na época sequer tinha esse nome, acho que chamavam de terceira divisão mesmo. Foi um jogador que eu vi atuar na Copa do Mundo de 1982, sempre admirei e, de repente, estava atuando contra ele. Fiquei maravilhado por tê-lo marcado. Já não era o mesmo jogador do auge, mas mesmo assim era diferenciado. E eu ficava olhando encantado em ver como ele jogava.

Pelé.Net - E se deu bem contra ele?
Fernando -
 A gente procurou marcá-lo em cima, mas é difícil porque ele jogava no máximo em dois toques. Ele pensava antes e, quando a bola chegava, já sabia o que fazer com ela. A maioria dos atletas só pensa no que fazer quando já está com a bola nos pés, e ele era diferenciado. Isso foi em 1899 ou 1988, uma coisa assim, mas não esqueço o dia. Antes mesmo do jogo, quando fiquei sabendo, fiquei muito ansioso.

Pelé.Net - Por que você trocou o Marília, onde já tinha uma posição consolidada, pelo Santo André?
Fernando -
 O contrato com o Marília acabou depois do Paulista. Passaram para mim que o clube não tinha mais interesse em ficar comigo, e aí tudo bem. É um direito do clube. E logo que me desliguei, o Roberval [Davino, que treinava o Santo André na chegada de Fernando], que eu conheço bem, me ligou, perguntou se eu tinha interesse, e para mim foi legal, até porque eu já conhecia o clube, e no Santo André todos já me conheciam, sabiam sobre mim.

Pelé.Net - O Sergio Soares, atual treinador do Santo André, também tem 40 anos. Como é a sua relação com ele? Como ele cobra você?
Fernando -
 Eu joguei com o Sergio Soares no Guarani, então já o conhecia. Trabalhei com ele em 2005 também. É uma relação normal. É claro que quando precisa ele falar comigo, me trata da mesma maneira que trata os outros jogadores. Ele até cobra mais de mim do que dos outros, e fala: 'sempre vou cobrar de você para você cobrar dos outros'. Também faz isso com jogadores mais experientes, como o Sandro Gaúcho, o Fernando Diniz, porque sabe que nós não vamos nos abater com as críticas e nosso desempenho não vai cair durante o jogo por causa disso.

Pelé.Net - E sua preparação física para os jogos? É diferenciada?
Fernando -
 Igual à preparação dos demais. O mesmo tempo nos exercícios, participo de tudo. Não tem nada de diferente em relação aos outros.

Pelé.Net - Além de você, o Santo André conta ainda com o Sandro Gaúcho, de 38 anos, e o Marcelinho Carioca, de 35. Acredita que o time está no caminho certo para subir com essas apostas?
Fernando -
 Eu acho que apenas no fim do campeonato saberemos se estamos agora no caminho certo. No Paulista, o Santo André apostou em um time de garotos e foi rebaixado. Então é muito prematuro ainda dizer se estamos ou não no caminho certo. Mas tem uma mescla também na equipe. O time titular tem mais jogadores jovens do que com mais de 30 anos. Com essa mistura a gente tem tudo para dar certo e colocar, quem sabe, o Santo André pela primeira vez na primeira divisão do Brasileiro. Em 2003, no Botafogo, havia uma mescla como essa que temos e o time conseguiu voltar à Série A.

Pelé.Net - Você passou por diversos clubes em sua carreira, em qual acredita ter deixado mais fãs?
Fernando -
 Eu acho que em todos os clubes e que joguei eu tive passagens muito boas. Hoje sou sempre bem recebido pelas torcidas desses times quando vou enfrentá-los, e até me emociono. No Internacional, tive uma passagem muito boa, e quando vou a Porto Alegre sou muito bem recebido. Tive a oportunidade de enfrentar no último Paulista o Palmeiras pelo Marília e as pessoas no Parque Antarctica mostraram muito carinho por mim. No Botafogo fui bem também, mas depois não tive a oportunidade de jogar lá, e provavelmente não vou ter, mas o pessoal tem uma lembrança muito boa de mim. O Botafogo cresceu muito nos últimos anos devido ao que conquistou, à estrutura, e muito pela campanha em que o time retornou à Série A em 2003.

Pelé.Net - Em 2001, na semifinal da Copa Libertadores entre Palmeiras e Boca Juniors, você sofreu um pênalti no jogo de ida e o árbitro Ubaldo Aquino não marcou a infração. Acredita que esse foi o lance que marcou sua carreira?
Fernando -
 Todo mundo lembra isso mesmo, é verdade. São muitos torcedores, aqui mesmo em Santo André, que me encontram nas ruas, no shopping, e a primeira coisa que eles falam é desse lance. Realmente ele marcou minha carreira.

Pelé.Net - Você saiu do Palmeiras em 2002 porque o Vanderlei Luxemburgo não quis aproveitá-lo. Há alguma mágoa por essa situação?
Fernando -
 Eu saí do Palmeiras depois do Rio-São Paulo de 2002. Caímos na semifinal para o São Paulo. Fomos eliminados na ocasião por termos tomado mais cartões amarelos no confronto, e, como o contrato estava por vencer, chegou o Luxemburgo para fazer uma reviravolta, e alguns jogadores, volantes como eu, saíram. Saíram o Galeano, o Magrão, o Claudecir, e a gente não teve a oportunidade de disputar o Brasileiro daquele ano, em que o Palmeiras caiu. Nesse ano eu disputei o Brasileiro pelo Juventude. Fomos muito bem, ficamos em quarto na classificação na primeira fase, e depois fomos eliminados no mata-mata pelo Grêmio, que depois perdeu para o Santos, que foi o campeão. Mas eu não tenho nenhuma mágoa, todo treinador tem o seu método de trabalho. É normal, você está no clube, chega o treinador e, se ele não gosta, você não é aproveitado. Isso é normal.



sábado, 7 de março de 2009

Jogadores do Passado - Fernandão