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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Treinadores do MAC - João Avelino




Folclore e carisma de João Avelino
São José do Rio Preto, 31 de dezembro de 2006 

  José Carlos Moreira 10/2/1996  

NA INAUGURAÇÃO - do Teixeirão, Avelino foi um dos convidados de honra do presidente Benedito Teixeira, o Birigüi, que na foto está de mãos dadas com o neto Juliano







Neste ano que se finda, o Brasil ficou órfão de um dos treinadores mais folclóricos e catimbeiros do futebol. João Avelino Gomes morreu no dia 24 de novembro, aos 77 anos, em decorrência do Mal de Alzheimer. O carismático técnico escreveu uma bela página na trajetória das equipes de Rio Preto. Foi treinador do Rio Preto em 1958, 1960, 1967 e 1987 e criou laços afetivos com o América, onde trabalhou por 11 temporadas. Em 1956, o presidente Délcio Bellini comandou o time em alguns jogos, mas entregou o posto para Lázaro de Melo, o Bindo. Porém, a equipe não decolou e João Avelino, aos 27 anos de idade, foi contratado. Num dos primeiros duelos sob sua batuta, o América perdeu de 6 a 2 para o Palmeiras em jogo amistoso que serviu como pagamento do passe do zagueiro Martin Mansano, que havia sido vendido pelo Rubro ao clube da Capital.

Aos poucos, a célebre formação com Vilera; Xatara e Fogosa; Adésio, Bertolino e Ambrózio; Cuca, Leal, Colada (Dozinho), Oscar e Orias, assimilou suas orientações e deslanchou. Teve o mérito de conduzir a agremiação rio-pretense ao inédito título da Segunda Divisão, que lhe garantiu o direito de disputar o Paulistão de 1958. Em 15 de abril de 1958 trocou o Vermelhinho pelo Rio Preto. Cinco dias depois, estreou perdendo o derby da cidade por 3 a 2, em jogo amistoso. No dia seguinte, as duas equipes voltaram a se enfrentar, com empate de 1 a 1. Avelino cansou de reclamar para a diretoria do Verdão sobre os materiais velhos e rasgados utilizados nos treinos e jogos. Como não era atendido, pediu para o roupeiro Serafim de Andrade “fazer um serviço” na cidade. Com o caminho aberto, entrou na rouparia, colocou fogo em tudo e obrigou os cartolas a comprarem novas camisas, calções, meiões e chuteiras.

Em agosto de 1958, deixou o Rio Preto e voltou ao América durante o Paulistão para o lugar de Zezinho Silva, que havia sucedido o argentino Filpo Nuñez. Ficou até setembro do ano seguinte, quando entregou o posto para Pedrinho Rodrigues. Depois de peregrinar por outras bandas, retornou ao Rio Preto em 1960, mas no dia 1º de outubro deixou o clube esmeraldino tentado por uma proposta de Cr$ 100 mil de luvas e Cr$ 300 mil de salários mensais, feita pela Ponte Preta. Entretanto, sua passagem foi curta na equipe campineira. Dois meses depois, lá estava ele de volta ao seu antigo reduto. Foi contratado pelo América para o lugar do demitido Conrado Ross. Chegou para o triangular da morte, a fim de tentar evitar o rebaixamento à Segundona. Porém, naufragou. Juventus e Corinthians, de Presidente Prudente, se salvaram da queda e o Rubro caiu.

Novas andanças do “velho cigano” até 1963 quando reapareceu no comando do América para levar o time ao vice-campeonato da Segundona. Perdeu a final para o São Bento, de Sorocaba. Depois disso, ficou distante dos clubes rio-pretenses por quatro anos. Dia 29 de março de 1967, o “71” - apelido que carregou durante toda a carreira (era seu número no curso do Senai) - reassumiu o Jacaré. O “Velho Mestre” desapareceu da cidade por 16 anos. Neste período, trabalhou na Portuguesa, Nacional da Capital, Guarani de Campinas, São Bento de Sorocaba, entre outras equipes. Na Lusa, perdeu o emprego ao agredir o árbitro Romualdo Arpi Filho. Integrou a comissão técnica encabeçada por Oswaldo Brandão, que levou o Corinthians ao título do Paulistão de 1977, quebrando um jejum de 23 anos. Regressou ao América em 27 de julho de 1983 para substituir o gaúcho Ernesto Guedes. O time da Vila Santa Cruz estava na lanterna, mas Avelino conseguiu tirá-lo do sufoco e evitar sua queda. Ainda dirigiu o Rubro em outras ocasiões, como 1986, 1987 e 1992.


Arquivo pessoal de Rui Guimarães





NO AMÉRICA - João Avelino fez história ao conduzir o time ao inédito acesso para o Paulistão de 1958. Ele foi o treinador que mais comandou o clube, completando 11 temporadas entre os anos de 1956 e 1992. A foto mostra uma das formações da equipe americana de 1959. De pé, a partir da esquerda: Branco, Bertolino, Osmar (massagista), Julinho, Adésio, Carlos Jacaré, Ambrózio, Fogosa, Vilera, Tião e Neyton; agachados: Sinval, Élio Calhado, Cuca, Martins, Santão, Bernardo, Gijo, Pingo, Orias e João Avelino




Arquivo pessoal de Benny Guagliardi





NO RIO PRETO - Foram quatro temporadas com o velho “71”. Na foto, o time de 1958. Em pé, da esquerda para a direita: Reinaldo de Jesus (vice-presidente do Rio Preto), Délcio Bellini (presidente do América), Maurício Gorayb (presidente do Rio Preto), João Avelino, Plínio Marin (presidente da Votuporanguense, atrás de Avelino), Loca, Vavá, Brotero, Loirinho, Brandão, Pádua, Joãozinho, Valter, Tiãozinho, Parola, Giroldo (massagista) e Rubens Gilberto Ávila; agachados: Serafim de Andrade, João Mendonça Falcão, não identificado, Belmiro, Nilsinho, Bacurau, Benny, Glostora, Alencar e não identificado





Arquivo pessoal de Rui Guimarães





NO CORINTHIANS - Comissão técnica responsável pela quebra do tabu de 23 anos sem título e que tornou-se inesquecível para a “nação corintiana” ao faturar o Campeonato Paulista de 1977. A partir da esquerda: João Avelino (auxiliar), Oswaldo Brandão (treinador) e os fisicultores José Teixeira e Benê Ramos










PARABÉNS - Avelino fazia questão de participar de eventos festivos em Rio Preto. A foto de 1982, mostra ele no aniversário de um aninho de Rodrigo, neto de Eurico Ribeiro, que foi mordomo e zelador do América. A partir da esquerda: Dorival, Maria, Eurico, Rodrigo (no colo de Avelino), Maria Aparecida e a menina Iana










DESPEDIDA - O folclórico técnico orienta os jogadores Robinho, André Barbosa, Floriano, Amaral, Valdeir e Tobias, antes de um treino do time do América de 1992, no estádio Mário Alves Mendonça. Naquele ano, porém, sob seu comando, a equipe rio-pretense sofreu quatro derrotas consecutivas no Paulistinha e ficou sem chances de classificação






Despediu-se do América em 1992
Em 1992, último ano em que trabalhou no América, durante o Paulistinha, a passagem de João Avelino ficou mais marcada pelas polêmicas do que pelo desempenho da equipe em campo. Foi apresentado na quinta-feira, 8 de outubro de 92, em substituição a Roberto Brida. De cara, demitiu o preparador físico Renato Cabral e arrumou a maior confusão. Irritado, o fisicultor chamou Avelino de traíra, ameaçou sair na porrada e até partiu pra cima do treinador empunhando uma arma. Com Cabral fora do clube e os ânimos serenados, “71” estreou perdendo de 1 a 0 para o Novorizontino, em Novo Horizonte, dia 10 de outubro. Depois, seguiram-se mais três derrotas para Mogi Mirim (2 a 0, com um dos gols de Rivaldo), Marília (3 a 2) e Olímpia (3 a 1). Pegou o time em 7º lugar, deixou em 11º e, sem chances de classificação, abandonou o barco. Benedicto Ambrózio cumpriu tabela nas duas últimas rodadas.

Entre muitas superstições e inovações, implantou o treino coletivo sem bola. Ele cantava as jogadas e o atleta simulava estar com a bola. O ponta tinha que ir à linha de fundo e simular o cruzamento. O centroavante fingia driblar um oponente ou finalizar a gol. Os obedientes boleiros cumpriam à risca a maluquice do treinador, copiada posteriormente por outros profissionais. Avelino sofria do Mal de Alzheimer desde 2000, quando passou a receber cuidados especiais da esposa, dona Yneida. Pelo folclore, catimba e sabedoria, ele deixa seu nome sacramentado para sempre no futebol brasileiro.



Fonte Ed Villa


Venho agora lembrar um pouco de uma pessoa que conheci muito, na verdade um amigo e que já não esta mais entre nos.
Deixou também muita saudades de suas historias fantásticas e vou reproduzir algumas de seu livro João Avelino o Campeão de Amigos de André Gustavo Bengtoson e Paulo Sérgio Gabriel Filho:
Conta a lenda que em 1994, o jornalista Brasil de Oliveira pediu a Avelino que escalasse a seleção dos melhores que viu jogar, - Kafunga, Djalma Santos, Mauro Ramos, Orlando e Nilton Santos, Zito e Jair da Rosa Pinto, Garrincha, Coutinho, Pelé e Canhoteiro, e daria este time nas mãos de Martin Francisco, a admiração de “71” como era chamado João Avelino, por este treinador era conhecida por todos e nunca foi escondida de jornalistas, inclusive muitos jornalista o rotularam de discípulo de Martim Francisco, cerca de 30 anos após ter trabalhado com o criador do esquema 4-4-2, Avelino ainda se rendia ao “mestre”: Foi um gênio ele dizia, estava 20 anos luz a frente dos demais porem como todo gênio morreu pobre e abandonado em Belo Horizonte.
Martim Francisco lançou João Avelino em 1951 como auxiliar técnico no Atlético Mineiro. Em uma excursão do Atlético pelo pais “71” fez sua primeira viagem de avião, e não foi preciso muito tempo para que os jogadores perceberem que ele era um “calouro” e estava com medo, eles então aproveitaram-se da situação e resolveram batiza-lo, combinaram com a tripulação e as aeromoças não paravam de levar comida a Avelino, serviam sucos, pães, doces, frutas, salgadinho, maionese, enquanto o novato já demonstrava irritação com a insistência das moças. Por fim informaram-no que todos os alimentos servidos seriam pagos individualmente. Aflito e constrangido, procurou ajuda com os membros da comissão técnica e jogadores, que se recusavam a atende-lo…enquanto a s aeromoças insistiam em servir-lhe, abarrotando as bandejas. Quando Avelino se encontrava totalmente desesperado, jogadores, comissão e tripulantes explodiram em gargalhadas, acompanhadas de uma salva de palmas, num delicioso trote, vejam que o famoso “71” começou tomando trote que aplicou depois em toda sua vida…depois eu conto mais….

Crédito:blog história do futebol.