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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Revista Placar de Abril de 1987 - Bebeto Preparador Fisico

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

De Marília para o Mundo : Professor Bebeto de Oliveira

Bebeto de Oliveira

Carlos Lugo do Cienciano recebe o troféu de 2004

Bebeto de Oliveira, um exemplo
Pode-se dizer que Bebeto de Oliveira foi um preparador físico diferenciado. Até nos 80, quando a tecnologia ainda não havia incrementado o setor para medição do real condicionamento físico do atleta, ele já mapeava o problema de cada um, dividia o elenco em grupos, e aplicava os devidos exercícios. Em vésperas de jogos importantes, sabia dosar a carga dos titulares e reservava aos suplentes os trabalhos mais pesados.

Bebeto foi um preparador físico que se exercitava com os jogadores. Ou melhor: puxava a fila. Participava até de testes de velocidade, mostrando que eram capazes de realizar as atividades. A melhor definição sobre o seu trabalho foi dada pelo ex-zagueiro Mauro Galvão, nos tempos em que trabalharam no Vasco, na década de 90: "O Bebeto sabe motivar os jogadores sem ser grosseiro. Ele é muito criterioso".

De fato Bebeto usava muita psicologia para motivar atletas para o trabalho físico. Habilmente incluía na programação exercícios que faziam os jogadores se divertirem ao mesmo tempo. E mais: diferentemente de alguns profissionais da área que ficam de olho na vaga de treinador, Bebeto sempre ficou na dele, e por isso não foi distinguido pela "treinadorzada".

É comum qualquer treinador escolher o profissional de preparação físico de sua confiança, mas paradoxalmente com Bebeto foi diferente. Trabalhou no Vasco da Gama durante dez anos, na década de 90, com diferentes treinadores, e não se tem conhecimento que tivesse desavença com quem quer que seja.

Em sua biografia como preparador físico consta, igualmente, longa passagem pelo São Paulo, na década de 80, culminando com a chegada à Seleção Brasileira em 1987, em companhia do técnico Carlos Alberto Silva, com quem fazia dobradinha no Tricolor paulista.

Quis o destino que Bebeto voltasse ao São Paulo em 2006, numa função diferenciada: supervisor das categorias de base. Ao retornar do Japão em 2004 – após dois anos no futebol oriental – considerava-se aposentado do futebol, se preocupava basicamente com a reforma de sua residência em Campinas, quando o telefone tocou e deixaram o recado para que entrasse em contato com diretores do São Paulo, para desenvolver a nova função. Aí, Bebeto se entusiasmou. Se os problemas cardíacos impediram de trabalhar no gramado, sua vasta experiência na bola poderia ser repassada como supervisor e topou a parada.

Problema cardíaco é uma herança de família. Seu pai, já falecido, foi Barriga, um dos maiores artilheiros de todos os tempos da história da Ponte Preta, que se orgulhou ao ver dois de seus filhos seguirem o caminho da bola. Nenê, um meia já falecido, jogou no Guarani, enquanto Bebeto saiu do juvenil bugrino para se identificar como um esforçado volante na Ponte Preta.

Bebeto era o típico volante de destruição. Consciente que não era organizador de jogadas, fazia o básico ao desarmar adversários, ao optar pelo passe curto. Raramente se mandava ao ataque, mas pontepretanos da velha guarda recordam o melhor jogo que realizou no clube ao marcar dois gols na vitória do time sobre o Paulista, de Jundiaí, por 3 a 2, em Campinas, na década de 60.

Bebeto ainda jogou na Ferroviária, de Araraquara (SP), onde formou dupla com Bazani (já falecido). Depois disso, sua história é contada como profissional do futebol.


Curiosidades do Seu Bebeto
 O idioma japonês
Bebeto de OliveiraSeu Bebeto trabalhou no Kashiwa Reysol (que não é o Kashima Anthlers, ex-clube de Toninho Cerezo, ele pede para lembrar) por dois anos. Mas todo mesmo esse tempo todo trabalhando no Japão não foi o suficiente para que ele aprendesse a complicada língua oriental. Mas a culpa de tudo, segundo seu Bebeto, é por “ser adulto”.
“Adulto, pra aprender outro idioma, tem dificuldade. Eu tinha vergonha de sair falando, que os outros iriam rir” diz, sorrindo.
Mas, ao voltar ao Brasil, no Vasco da Gama, que disputou a final do Mundial Interclubes em 1998 (o Vasco perdeu para o Real Madrid por 2 a 1), Bebeto teve a oportunidade de retornar ao país do sol nascente e praticar um pouco do idioma.
“Conseguia entender tudo, mas falar já era outra história. Bom, mas soube falar o suficiente para não passarmos fome”, conta, entre risos.
O Eurico Miranda é folclore?
Entre uma história e outra seu Bebeto sempre citava o Vasco da Gama, clube em que trabalhou por dez anos. E é impossível falar de Vasco sem falar em Eurico Miranda. Mas toda a imagem ruim de ditador passada pelo dirigente vascaíno não passa de exageros, segundo seu Bebeto.
“Ele é uma pessoa fantástica. Ou você o ama, ou você o odeia. Eu não posso falar mal dele, ele é meu amigo”, conta. Não tem nada de ele entrar o vestiário e escalar time, mandar gente embora. Eu convivi dez anos com ele, e fui chamado à sala dele duas vezes. Uma delas foi quando queria pedir demissão, estava cansado. Foi na época que o Oswaldo de Oliveira discutiu com ele no vestiário (uma semana antes da final da Copa Mercosul contra o Palmeiras). Eu fui pra casa, uns dias depois ele me ligou e pediu pra eu ir falar com ele. Fui, bati na porta dele e o Eurico perguntou o que eu estava fazendo ali. Eu disse que ele havia me chamado. E ele respondeu: “Eu te chamei pra vir trabalhar, não pra vir falar comigo!”.
As pessoas que estão lá dentro do Vasco são todas amicíssimas dele. Ele empresta dinheiro do bolso, ele ajuda, colabora. Toda aquela fantasia de homem mal não é verdadeira. Se não tem dinheiro na história eu confio nele!”
Ficha técnica:
Carlos Roberto Valente de Oliveira
Nascido em 10/10/1941
Como jogador, foi médio volante, com passagens por Ponte Preta, Guarani, Estrada de Sorocaba, AA Ferroviária, Corinthians (por menos de uma semana, ele insiste em deixar claro).
Como preparador físico, trabalhou nos seguintes times:
Ferroviária
Marília
Ponte Preta
Londrina (fazia parte da primeira equipe do interior do Paraná que foi campeã estadual)
São Paulo (1984-1990)
Guarani
Flamengo
Kashiwa (campeão da segunda divisão japonesa)
Vasco da Gama
São Paulo
Seu Bebeto também foi preparador físico da Seleção Brasileira em 1987.
Artur e Ana conversam com Bebeto
Entrevista: Anna Luiza Rosa e Artur Couto
Fotos: Murilo Ganesh