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sábado, 22 de janeiro de 2011

Voz do torcedor - Gil Menin , uma prova de amor ao nosso MAC

VOZ DO TORCEDOR - Gil Menin


Alvi Celeste X Onze Grená

Futebol a parte, quero falar de paixão de forma nostálgica. Paixão pela cidade, pelo time e pelas cores alvi-celestes. Como diria o saudoso novelista Dias Gomes, na voz ativa de Odorico Paraguaçu, “dos recôncavos fundais da memória”, o embate entre o Alvi-Celeste – Marilia Atlético Clube – e o Onze Grená – Associação Ferroviária de Esportes – traz à minha lembrança doces e s audosos momentos da infância em Marília, mesmo com as temporalidades embaralhadas pelos enganos da mente que era feliz e SABIA.

À cabeça vem a época em que fundei e participei da FAC - Força Alvi Celeste, torcida de meninos maqueanos do Bairro Castelo Branco e pude assistir, de coração presente, empunhando uma bandeira gigante com um tigre gladiador pintado à mão, ao empate de 1x1 entre MAC e Ferroviária. O  embate, um clássico regional, como em todos os jogos no Abreusão, arrebanhava um grande público que ainda não sofria com o advento das TVs e nem a imprensa tentando impor os chamados “times grandes” goela abaixo do fã de futebol. Narrativas e reportagens espetaculares como de Dirceu Maravilha, Beni Andrade e Luiz Rivoiro dentre outros, enchiam nossos rádios de emoções nos jogos distantes de casa.

Era um tempo onde o t orcedor ainda podia entrar com canos nas bandeiras para, feliz da vida, empunhar o pendão celeste que tremulava soberano nas velhas arquibancadas do vale do sol, a “geralzona”, ainda sem a cobertura existente hoje.

Os meninos de Marília, Jorginho, Luiz Sílvio, Amadeu, Márcio e Pecos dentre tantos outros craques lapidados pela forte categoria de base, o temido Maquinho, começavam a despontar no time “de cima” ao lado de feras como Ferreira, ponta esquerda, Edinho, ponta direita, o grande xerifão armador Nenê Cabeção, o craque refinado de futebol elegante Manguinha, o veloz e brigador Sony, craques que nos honraram vestindo o manto alviceleste com tanto brio.

Mas, mesmo antes de conhecer o MAC, conheci as necessidades do MAC. Lá pelos idos de hum mil novecentos e setenta e alguma coisa, Pedro Pavão era presidente, o Paulistão e ra a “Primeirona” e as dificuldade de se manter um time de bom nível já eram prementes.

Dessa época, ainda muito menino, lembro-me do altofalante adaptado numa velha Kombi anunciando os jogos pelos bairros e solicitando que os moradores doassem garrafas que seriam vendidas como sucata para arrecadar fundos que iriam ajudar o MAC.

Claro, eu lá, com as garrafas na mão, pronto para ajudar aquele que viria a ser o meu time do coração. Isso para espanto do meu pai, o “seu Élio”, já falecido, que esperava, piamente, como todo bom descendente de italianos, que eu viesse a ser palmeirense como ele. Que Deus o tenha e ao Palmeiras também.

Porém, meu primeiro contato direto com as cores celestes e seus jogadores veio somente mais tarde quando o time apareceu do nada para treinar no campo Nelson Cabrini, o Mineirão, 
estádio modesto, encravado na Vila Palmital, ao lado do Bairro Castelo Branco onde brilhava a várzea mariliense com timaços formados por Zillo, Usina Paredão, Novaes e o não menos famoso Corinthians do Sapo. 

Ainda sem alambrado, o Mineirão possibilitava a toda criançada chegar bem perto dos craques e a bola, por vezes atravessava o campo e caia dentro dos bueiros da região ou atrás dos muros do Tiro de Guerra, de onde voltavam com um chutão do alferes plantonista. As que caiam nos bueiros representavam mais uma aventura para a molecada que se acotovelava para ir buscá-las tubulação adentro.

Mais do que uma fábrica de jogadores, ali também nasciam apreciadores do esporte bretão e novos maqueanos. Amadeu, um dos que brilharam naquele maquinho de 1979, campeão da Copinha SP, podia acompanhar jogos da janela de sua casa, ao lado do Mineirão.

E não foi diferente comigo, sou mais um dentre tantos maqueanos com muito orgulho e honra, defensor do alviceleste, mesmo morando fora de Marília há mais de 30 anos.
É um prazer incomensurável atravessar metade do nosso estado para ir até nossa querida Marília, ou pegar uma nova rota para qualquer lugar, sempre que possível, para ver o alviceleste mais uma vez em campo.

O MAC é diferenciado. É um dos poucos clubes que tem a honra de portar um nome cujo significado representa responsabilidade, determinação e luta destemida contra todas as dificuldades até a concretização de tudo que foi planejado! Justa homenagem àquela que deu origem também ao nome de n ossa cidade, Marília de Dirceu.
A paixão do poeta Tomás Antonio Gonzaga, cujo nome foi escolhido pelo não menos glorioso Bento de Abreu Sampaio Vidal, Marília é uma variante do nome hebraico “Maria” nome de batismo de Nossa Senhora Aparecida, de quem temos a honra e responsabilidade de portar o Manto Azul Celeste. Curiosamente, numa pracinha próxima ao antigo estádio Fonte Luminosa, da Ferroviária, havia, anos atrás, uma estátua em homenagem a um de seus grandes beneméritos, nada mais que o próprio Bento de Abreu. Mas todos bem o sabemos: São Bento também é maqueano!

E quem veste este manto celeste, seja jogador, torcedor, diretor, parceiro, patrocinador ou simplesmente apreciador das coisas da nossa cidade querida, têm a obrigação de proteger tamanha honraria com sensatez e dar provas definitivas de que SIM, somos maqueanos, ma rilienses ou não, mas legítimos defensores do MAC e das coisas da cidade símbolo do Amor e Liberdade.

E podem vir grenás, rubros, alviverdes, alvinegros, tricolores ou monocromáticos que o amor pelo ALVI CELESTE prevalecerá a despeito de vitórias ou derrotas.

MAC é MARILIA! AVANTE MAC!


Gil Menin é publicitário, produtor gráfico, professor universitário e maqueano de carteirinha.
Reside em Santos/SP.
fonte: www.mariliaac.com.br

Obs.: Que saudades também do nosso grande Nelson Mora, locutor esportivo da Radio Dirceu.
Valeu Gil.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Ser torcedor do MAC é :

Times, Memórias e Grandes Histórias - Marília Atlético Clube
Na maioria dos artigos que escrevo penso em levar para os leitores os assuntos mais atuais e periclitantes, geralmente do mundo da bola. Mas as vezes isso cansa a mim, e provavelmente cansa a você também. Nada como mudar o enfoque de vez em quando para desanuviar e nada como desanuviar contando um pouco da história de um grande time......



Começo este espaço homenageando o Marília Atlético Clube, trazendo algumas curiosidades e principalmente uma especial crônica escrita por um Marilhense nato, meu amigo Flávio Salmen Maldonado.


Ao me enviar o texto, Flávio escreveu: “Mais do que o texto, a memória voltou viva. Hoje, durante o dia, pensei e lembrei-me de cada momento mágico. Tal como o Cony, escrevo do jeito que falo. Não possuo técnica. Só pela lembrança, valeu. Espero que utilize.”


Então, Como diria Fiori Giglioti: “Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo..."





“A primeira lembrança que tenho quando se fala de futebol era que nos dias de jogo do Mac, o Miltão colocava um bando de lunáticos com instrumentos musicais e tentava armar uma fanfarra. O Miltão, primo meu mais pra doido do que normal, tinha um caminhão velho. Nos dias de jogo do Marília, passava no bar do Japonês e apanhava aquilo que poderia ser considerada como a primeira torcida desorganizada do Mac.


Eles faziam passeios pelo centro da cidade, com a tentativa homicida de fazer música e soltando rojões. Eu e os moleques da rua ficávamos doidos de vontade de irmos juntos. O problema era meu pai, que tinha algum juízo e impedia.


Como o pai não ligava para futebol, eu nunca tinha ido ao estádio Bento de Abreu Sampaio Vidal. Porém, o Santo do futebol, que não sei qual, armou uma peça no velho.


Em um domingo de sol, igual ao da musica, fui a uma festinha de aniversário em um bairro afastado (se é que existe bairro afastado em Marília de 30 anos atrás). No meio da festa, um homem, mais doido do que o Miltão, disse que ia ao estádio assistir o segundo tempo de Mac e Ferroviária. Naqueles tempos, quando o jogo não era concorrido, abriam os portões no segundo tempo para a torcida local. Feito o convite mágico, foi fácil tapear a minha tia.


Entrei na Kombi junto com mais uma dúzia de moleques. Fomos felizes da vida. Como chegamos antes do final do primeiro tempo, tivemos que esperar abrir o portão.


Mágico. Entrei e vi toda aquela gente (não era muita, mas o máximo que tinha visto) e fiquei encantado. Procurei um lugar no alambrado e foi fácil pelo meu tamanho. Fiquei atrás do gol do Silas. O famoso Silas, que junto com o Luiz Andrade, eram os nossos heróis maqueanos e os nossos codinomes em jogos na pracinha


Eu me lembro perfeitamente. O atacante da Ferroviária fez falta no ataque mas o juiz apitou contra. O adversário bateu a falta e colocou a bola no ângulo de Silas. O meu herói não alcançou e a ferroviária virou o jogo. A torcida ficou revoltada. Tentaram invadir o campo, colocando abaixo o alambrado.


Acho que chegaram a invadir, mas a Policia Militar reprimiu e forçou a torcida a recuar. Naquela bagunça, houve um estouro de torcida e muita gente saiu correndo em direção ao portão. Eu, no embalo, corri junto de medo e corria mais ainda quando olhava para trás e via toda aquela gente correndo.


Do lado do estádio, havia uma praça com árvores. O instinto caipira bateu mais forte e subi em uma.


Somente desci quando achei seguro.


Fonte : Luiz Fernando Crestana


A torcida estava revoltada e queria pegar de pau o juiz. Foi uma confusão. Uma hora era a Policia Militar batendo na turma, outra hora era a turma querendo bater na Policia. Acho que sobrou até para os cavalos militares.


Eu, perdido da turma, fui embora sozinho. Cheguei em casa e meu pai não falou nada. Liguei o Rádio e ouvi que a confusão corria solta.


Passado algum tempo, o meu irmão me convidou para ir assistir a um jogo de domingo. Era contra o São Paulo[bb] e o goleiro era o Valdir Perez. O glorioso Mac alegrou-nos imensamente, como fez muitas vezes depois.”